Por que a popularidade de Vocaloid diminuiu tão drasticamente nos últimos anos?
Por que a popularidade de Vocaloid diminuiu tão drasticamente nos últimos anos?
Atenção, a postagem a seguir é pura teoria e especulação. Não é de minha intenção criticar de forma negativa ou ofender o novo fandom, é apenas uma visão puramente opinativa.
Nesse exato momento, o VocaloidBrasil irá adquirir ares jornalísticos
pff até parece numa tentativa de trazer um conteúdo mais relevante para os nossos leitores a cerca do estado atual do mercado de Vocaloid, que tem sofrido um declínio peculiar nos últimos anos, devido a um conjunto de vários fatores que tem feito uma das maiores sensações da internet dos últimos anos, retornar para o seu status de subcultura na qual tem perdido apelo até mesmo no Japão.
“It’s not about the music anymore; It’s all about the money”
Como todos nós sabemos, a Crypton Future Media quando decidiu criar os seus próprios bancos de tecnologia Vocaloid, a empresa arriscou em uma fórmula que deixaria suas marcas pregadas para sempre na história do programa, o lançamento de Meiko e, posteriormente, o lançamento de Hatsune Miku, firmaram uma base que seria seguida até hoje pela maioria das empresas na hora de fazer o seu próprio banco de voz. Perceba que a maioria desses bancos é voltada para o público otaku, com vozes femininas e um “moe appeal” que fez com que Vocaloids como Hatsune Miku fossem capazes de arranjar rios de dinheiro para as suas respectivas empresas.
Não é muito raro encontrar relatos de japoneses que só compraram o programa porque achara o design da capa “bonitinho”, isso é algo que se reflete muito na nossa cultura ocidental, onde o sexo é vendido de forma a atrair público para certo produto, mas no Japão e em outros países orientais, a sensualidade é deixada de lado e a pureza e a beleza no melhor estilo “Moe” toma conta dessa função.
Enquanto a popularidade do programa crescia, mais dinheiro caía nos bolsos das empresas e dos produtores de música, e quando algo dá muito dinheiro, qual é a tendência? O número de bancos de voz criados durante a era do Vocaloid2 cresceu de forma absurda, mas poucas empresas tentaram investir nesses bancos e a maioria caiu na vala do esquecimento. Enquanto isso, outras empresas maiores e mais bem sucedidas nesse novo meio utilizavam-se de todas as formas possíveis para faturar em cima dos seus produtos já estabelecidos no mercado.
Mas o fandom continuou vivo mesmo assim, porém, uma hora cansa. Conforme os anos foram passando, tivemos um aumento enorme de séries e músicas de Vocaloid com Promotional Videos chamativos e bugigangas aleatórias enfiadas goela abaixo pelos fãs. Tivemos animes, mangas, action figures, e a música se tornou algo secundário para os produtores e todas aquelas empresas afiliadas a ele e o seu trabalho. A consequência de tudo isso, foi uma queda drástica de qualidade que tivemos nesses últimos anos, e a sensação de novidade se esvaiu para debaixo do tapete, criando uma leva de produtores que não recebem nenhuma atenção dos novos fãs que surgiram junto com essas séries, e que abandonam o barco quando percebem que os seus respectivos interesses não estão mais presentes naquele meio. E quanto aos fãs das antigas que continuavam religiosamente acompanhando sites como Nico Nico Douga e YouTube a procura de novos talentos? Eles também se cansaram e migraram para outros fandoms de animes, mangás, Utaites e Youtubers, enquanto sua paixão Vocaloid ficou em segundo lugar.
O mercado cresceu demais nos últimos anos, estamos sendo bombardeados diariamente por produtos aleatórios que toda a questão da música foi deixada de lado. Aquilo que abrangia apenas as empresas que criavam bancos de voz para ganhar dinheiro se alastrou rapidamente para o meio mais “informal” da coisa, transformando aquilo que era para ser espontâneo e artístico, em mais uma forma de ganhar dinheiro fácil e alimentar os cofres de empresas enormes que querem lucrar por cima disso tudo, vide apolêmica do OwataP em 2013 que deu no que falar.
Atualmente, o fandom está estável. A vasta comunidade da internet composta por pessoas que ainda estão presentes no meio para dedicarem o seu tempo e o seu amor com o objetivo de demonstrar os seus talentos diminuiu, mas ele ainda existe. A comunidade de fãs não vai morrer tão fácil, mas a chama que possuíamos no começo está cada vez fraca e aquilo que é novidade agora, não será mais no futuro.
Não acho que uma “Nova Hatsune Miku” iria resolver o problema, mas é inevitável pensar que a indústria realmente precisa se reinventar de novo se quiser recuperar aquele fogo que possuía, mas não é algo que realmente necessitamos agora, já que estamos apenas voltando a ser aquilo que nós sempre fomos, uma subcultura que vive do talento e criatividade daqueles que se envolvem com amor e dedicação. Talvez isso traga consequências boas, mas só o tempo nos dirá.
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