segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Por que a popularidade de Vocaloid diminuiu tão drasticamente nos últimos anos?

Por que a popularidade de Vocaloid diminuiu tão drasticamente nos últimos anos?

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Por que a popularidade de Vocaloid diminuiu tão drasticamente nos últimos anos?


Atenção, a postagem a seguir é pura teoria e especulação. Não é de minha intenção criticar de forma negativa ou ofender o novo fandom, é apenas uma visão puramente opinativa.

Nesse exato momento, o VocaloidBrasil irá adquirir ares jornalísticos
pff até parece numa tentativa de trazer um conteúdo mais relevante para os nossos leitores a cerca do estado atual do mercado de Vocaloid, que tem sofrido um declínio peculiar nos últimos anos, devido a um conjunto de vários fatores que tem feito uma das maiores sensações da internet dos últimos anos, retornar para o seu status de subcultura na qual tem perdido apelo até mesmo no Japão.


Não vai ser algo muito feliz de se ler, mas vamos tentar.

“It’s not about the music anymore; It’s all about the money”
Como todos nós sabemos, a Crypton Future Media quando decidiu criar os seus próprios bancos de tecnologia Vocaloid, a empresa arriscou em uma fórmula que deixaria suas marcas pregadas para sempre na história do programa, o lançamento de Meiko e, posteriormente, o lançamento de Hatsune Miku, firmaram uma base que seria seguida até hoje pela maioria das empresas na hora de fazer o seu próprio banco de voz. Perceba que a maioria desses bancos é voltada para o público otaku, com vozes femininas e um “moe appeal” que fez com que Vocaloids como Hatsune Miku fossem capazes de arranjar rios de dinheiro para as suas respectivas empresas.
Não é muito raro encontrar relatos de japoneses que só compraram o programa porque achara o design da capa “bonitinho”, isso é algo que se reflete muito na nossa cultura ocidental, onde o sexo é vendido de forma a atrair público para certo produto, mas no Japão e em outros países orientais, a sensualidade é deixada de lado e a pureza e a beleza no melhor estilo “Moe” toma conta dessa função.
Enquanto a popularidade do programa crescia, mais dinheiro caía nos bolsos das empresas e dos produtores de música, e quando algo dá muito dinheiro, qual é a tendência? O número de bancos de voz criados durante a era do Vocaloid2 cresceu de forma absurda, mas poucas empresas tentaram investir nesses bancos e a maioria caiu na vala do esquecimento. Enquanto isso, outras empresas maiores e mais bem sucedidas nesse novo meio utilizavam-se de todas as formas possíveis para faturar em cima dos seus produtos já estabelecidos no mercado.

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É aqui que os problemas começam.


Mas o fandom continuou vivo mesmo assim, porém, uma hora cansa. Conforme os anos foram passando, tivemos um aumento enorme de séries e músicas de Vocaloid com Promotional Videos chamativos e bugigangas aleatórias enfiadas goela abaixo pelos fãs. Tivemos animes, mangas, action figures, e a música se tornou algo secundário para os produtores e todas aquelas empresas afiliadas a ele e o seu trabalho. A consequência de tudo isso, foi uma queda drástica de qualidade que tivemos nesses últimos anos, e a sensação de novidade se esvaiu para debaixo do tapete, criando uma leva de produtores que não recebem nenhuma atenção dos novos fãs que surgiram junto com essas séries, e que abandonam o barco quando percebem que os seus respectivos interesses não estão mais presentes naquele meio. E quanto aos fãs das antigas que continuavam religiosamente acompanhando sites como Nico Nico Douga e YouTube a procura de novos talentos? Eles também se cansaram e migraram para outros fandoms de animes, mangás, Utaites e Youtubers, enquanto sua paixão Vocaloid ficou em segundo lugar.
O mercado cresceu demais nos últimos anos, estamos sendo bombardeados diariamente por produtos aleatórios que toda a questão da música foi deixada de lado. Aquilo que abrangia apenas as empresas que criavam bancos de voz para ganhar dinheiro se alastrou rapidamente para o meio mais “informal” da coisa, transformando aquilo que era para ser espontâneo e artístico, em mais uma forma de ganhar dinheiro fácil e alimentar os cofres de empresas enormes que querem lucrar por cima disso tudo, vide apolêmica do OwataP em 2013 que deu no que falar.
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Atualmente, o fandom está estável. A vasta comunidade da internet composta por pessoas que ainda estão presentes no meio para dedicarem o seu tempo e o seu amor com o objetivo de demonstrar os seus talentos diminuiu, mas ele ainda existe. A comunidade de fãs não vai morrer tão fácil, mas a chama que possuíamos no começo está cada vez fraca e aquilo que é novidade agora, não será mais no futuro.
Não acho que uma “Nova Hatsune Miku” iria resolver o problema, mas é inevitável pensar que a indústria realmente precisa se reinventar de novo se quiser recuperar aquele fogo que possuía, mas não é algo que realmente necessitamos agora, já que estamos apenas voltando a ser aquilo que nós sempre fomos, uma subcultura que vive do talento e criatividade daqueles que se envolvem com amor e dedicação. Talvez isso traga consequências boas, mas só o tempo nos dirá.

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